Animais assassinos soltos em lugares extremamente povoados. Conceitos como esse foram muito usados durante os anos para fazer filmes de terror que até hoje são cultuados. E agora “Piranha 3D” tenta trazer esses conceitos para a década atual impulsionado pela moda dos filmes em três dimensões.
Para começar o argumento é muito simples, um terremoto abre uma fenda em um lago liberando piranhas pré-históricas em um lago durante o spring-break (a nossa semana do saco cheio), época em que o lago lota de jovens atrás de diversão, que logo se transforma em terror com os ataques das tais piranhas, e aí que tudo começa a desmoronar. Claro que sendo um filme trash nada mais óbvio do que esperar somente mutilações e sangue jorrando, e esse é o mérito do filme, mas o filme falha feio no roteiro, e consegue criar poucas cenas dignas, a melhor cena do filme pode ser vista no trailer do filme.
Mas é o resto?
O resto do filme se baseia em mostrar um ataque das piranhas e tenta criar algum suspense sem muito êxito, muitos peitos aparecem, temos nu frontal submarino durante um ato sexual lésbico submarino e só, e mortes que algumas horas chega a dar uma certa aflição e outras tiram gargalhadas dos espectadores. Tirando isso nada de bom realmente acontece na trama, tudo aquilo que poderia fazer o filme trash ser bom acaba sendo dispensável ou superficial. O interesse amoroso entre os protagonistas é mal explorado, assim como os personagens que não fazem o público ter empatia por eles.
Não se enganem pela presença de Christopher Lloyd e de Richard Dreyfuss no filme, as cenas em que eles aparecem são poucas e no geral fúteis. O papel de Christopher Lloyd poderia ter sido trocado por uma rápida pesquisa no Google, por exemplo.
Em uma entrevista o diretor Alexandre Aja disse que tentou criar um filme que iria fazer as pessoas terem medo de entrar na água como Spielberg fez com tubarão na década de 70, mas a única coisa que ele conseguiu foi criar mais um trash exploitation, que se limita ao sangue e o sexo.
Por Renan Cavalcante